2010: Odisseia neste espaço
Senhoras e senhores passageiros, mantenham por favor os cintos apertados, a nossa viagem por 2010 vai entrar em contagem decrescente, prevendo-se a aterragem no ano novo dentro de aproximadamente quatro dias.
O Comandante e toda a tripulação esperam que tenham desfrutado do voo, muito particularmente do documentário que puderam visionar da colecção “A Macroeconomia para Totós”. No mais recente capítulo desta famosa série da vida-real, os cidadãos-espectadores puderam aprofundar os seus conhecimentos sobre “A Dívida Soberana e o Financiamento das Nações”, assim complementando os conhecimentos que já tinham apreendido em anteriores episódios sobre “A inflação e a minha carteira”, “E tudo os juros levaram”, “A obsessão do défice” e “Crescimento, Internacionalização e Emprego: A Trilogia”.
Temos que registar a forma relaxada como reagiram aos períodos de maior turbulência, em particular no momento da aprovação dos diferentes PEC’s e do Orçamento de Estado para 2011. Neste caso, foi extremamente significativa a forma tranquila como decorreu o atravessamento da Greve Geral de Novembro último.
Sem jamais pôr em causa a segurança dos passageiros, tentámos que a nossa visita permitisse que vislumbrassem através da janela outras realidades similares à nossa, na Grécia, Irlanda e Espanha, mas também outros mundos em que o dinheiro é gasto com mais racionalidade e em que os Estados não se socorrem sistematicamente do aumento dos impostos para financiar as suas opções erradas de gestão, sendo agora dispensáveis as políticas de austeridade.
Nalguns casos, vimos mesmo fenómenos de crescimento significativo, em diferentes pontos do mundo, desde a China e Brasil até grande parte do Continente Africano, seja nos países lusófonos em que muitos quiseram fazer escala, seja na distante África do Sul em que o planeta se concentrou durante o último mês de Junho.
Aqui, porém, tal como aconteceu com a Selecção Nacional de Futebol e as suas principais estrelas, optámos por passar algo ao lado, vendo já longe o histórico momento de glória dos Nuestros Hermanos.
A nossa Companhia enaltece a fidelidade de todos os clientes, esperando que a mesma se possa manter em função da qualidade dos nossos serviços e não apenas porque não é possível experimentarem o Trem de Alta Velocidade ou porque não querem suportar o custo das SCUTs agora em vigor em diferentes vias do País.
Desde já apresentámos também as nossas desculpas por algum défice nos serviços e nas infra-estruturas ao dispor dos passageiros da zona Norte da nave, mas a verdade é que às dificuldades generalizadas de acesso ao crédito – que condicionou e muito os investimentos que a Companhia e a generalidade das PMEs pretendia realizar – se juntou a lentidão no processamento das candidaturas e até o desvio de verbas destinadas a essa zona em matéria de Fundos Comunitários.
Aproveitámos assim para informar que está já em curso um processo de reorganização administrativa do nosso espaço e que as novas viagens futuras já poderão possivelmente ser feitas no modelo regionalizado.
Foi, também, para garantir a viabilidade e a qualidade de voos futuros que optámos por não recorrer a Parcerias Público-Privadas, assim assegurando que outros possam desfrutar sem uma pesada carga das viagens para que efectuaram a sua reserva na História.
Se foi com natural emoção que acompanhámos o resgate dos mineiros no Chile ou a resposta global ao Terramoto do Haity, foi seguramente consternados que vimos os muitos milhares de litros de petróleo cobrir de negro as águas do Golfo do México e, quem sabe, o futuro da BP.
A par com a habitual lentidão e (in)justiça da Justiça nacional, retemos também desta viagem as evidências do descalabro do processo BPN – Banco Português de Negócios e as falhas da regulação no affair BPP – Banco Privado Português, devidamente recompensadas com a promoção do ex-Governador do Banco de Portugal para uma qualquer prateleira dourada da Europa.
Em pleno voo, assistimos ao eclipse de estrelas como Ernâni Lopes ou José Saramago, para desgosto de todos os seus adeptos e, como é típico, daqueles que chamaram a este último “Todos os nomes”, talvez com excepção do passageiro Cavaco Silva cujo voo de ligação para um segundo mandato no Palácio de Belém seguirá o seu curso após a nossa aterragem.
Imbuídos de um constante espírito de Natal, soubemos ser devidamente solidários com o nosso vizinho do lado, na certeza de que esse esforço colectivo irá depender cada vez menos das instâncias públicas.
Para concluir, recordámos que poderão aceder aos principais momentos desta viagem nas diferentes redes sociais, bastando para tal clicar em “Gostar” no link www.facebook.com/2010.
A todos, um FELIZ ANO NOVO!
O Comandante e toda a tripulação esperam que tenham desfrutado do voo, muito particularmente do documentário que puderam visionar da colecção “A Macroeconomia para Totós”. No mais recente capítulo desta famosa série da vida-real, os cidadãos-espectadores puderam aprofundar os seus conhecimentos sobre “A Dívida Soberana e o Financiamento das Nações”, assim complementando os conhecimentos que já tinham apreendido em anteriores episódios sobre “A inflação e a minha carteira”, “E tudo os juros levaram”, “A obsessão do défice” e “Crescimento, Internacionalização e Emprego: A Trilogia”.
Temos que registar a forma relaxada como reagiram aos períodos de maior turbulência, em particular no momento da aprovação dos diferentes PEC’s e do Orçamento de Estado para 2011. Neste caso, foi extremamente significativa a forma tranquila como decorreu o atravessamento da Greve Geral de Novembro último.
Sem jamais pôr em causa a segurança dos passageiros, tentámos que a nossa visita permitisse que vislumbrassem através da janela outras realidades similares à nossa, na Grécia, Irlanda e Espanha, mas também outros mundos em que o dinheiro é gasto com mais racionalidade e em que os Estados não se socorrem sistematicamente do aumento dos impostos para financiar as suas opções erradas de gestão, sendo agora dispensáveis as políticas de austeridade.
Nalguns casos, vimos mesmo fenómenos de crescimento significativo, em diferentes pontos do mundo, desde a China e Brasil até grande parte do Continente Africano, seja nos países lusófonos em que muitos quiseram fazer escala, seja na distante África do Sul em que o planeta se concentrou durante o último mês de Junho.
Aqui, porém, tal como aconteceu com a Selecção Nacional de Futebol e as suas principais estrelas, optámos por passar algo ao lado, vendo já longe o histórico momento de glória dos Nuestros Hermanos.
A nossa Companhia enaltece a fidelidade de todos os clientes, esperando que a mesma se possa manter em função da qualidade dos nossos serviços e não apenas porque não é possível experimentarem o Trem de Alta Velocidade ou porque não querem suportar o custo das SCUTs agora em vigor em diferentes vias do País.
Desde já apresentámos também as nossas desculpas por algum défice nos serviços e nas infra-estruturas ao dispor dos passageiros da zona Norte da nave, mas a verdade é que às dificuldades generalizadas de acesso ao crédito – que condicionou e muito os investimentos que a Companhia e a generalidade das PMEs pretendia realizar – se juntou a lentidão no processamento das candidaturas e até o desvio de verbas destinadas a essa zona em matéria de Fundos Comunitários.
Aproveitámos assim para informar que está já em curso um processo de reorganização administrativa do nosso espaço e que as novas viagens futuras já poderão possivelmente ser feitas no modelo regionalizado.
Foi, também, para garantir a viabilidade e a qualidade de voos futuros que optámos por não recorrer a Parcerias Público-Privadas, assim assegurando que outros possam desfrutar sem uma pesada carga das viagens para que efectuaram a sua reserva na História.
Se foi com natural emoção que acompanhámos o resgate dos mineiros no Chile ou a resposta global ao Terramoto do Haity, foi seguramente consternados que vimos os muitos milhares de litros de petróleo cobrir de negro as águas do Golfo do México e, quem sabe, o futuro da BP.
A par com a habitual lentidão e (in)justiça da Justiça nacional, retemos também desta viagem as evidências do descalabro do processo BPN – Banco Português de Negócios e as falhas da regulação no affair BPP – Banco Privado Português, devidamente recompensadas com a promoção do ex-Governador do Banco de Portugal para uma qualquer prateleira dourada da Europa.
Em pleno voo, assistimos ao eclipse de estrelas como Ernâni Lopes ou José Saramago, para desgosto de todos os seus adeptos e, como é típico, daqueles que chamaram a este último “Todos os nomes”, talvez com excepção do passageiro Cavaco Silva cujo voo de ligação para um segundo mandato no Palácio de Belém seguirá o seu curso após a nossa aterragem.
Imbuídos de um constante espírito de Natal, soubemos ser devidamente solidários com o nosso vizinho do lado, na certeza de que esse esforço colectivo irá depender cada vez menos das instâncias públicas.
Para concluir, recordámos que poderão aceder aos principais momentos desta viagem nas diferentes redes sociais, bastando para tal clicar em “Gostar” no link www.facebook.com/2010.
A todos, um FELIZ ANO NOVO!
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