Então é Natal...
No colégio das minhas filhas mais velhas, a festa de Natal concluiu-se ao som da conhecida música de Simone, cuja letra fora previamente distribuída para que os pais pudessem participar em pleno nesta actividade, fazendo deste evento mais um momento mágico e de comunhão para toda a família.
“-Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez.”, atira-nos Simone logo nos primeiros versos, como que a lembrar que este é um tempo de retrospectiva mas também de projecção do futuro.
Se, como se diz, “o Natal é sempre que um Homem quiser”, creio ser igualmente verdade que o Natal é aquilo que cada um quiser.
Há quem releve o aspecto religioso e faça deste período uma oportunidade para renovação da sua fé e da gratidão pelo amor de um Deus feito homem, por ora menino e humildemente aconchegado nos braços de sua mãe e num berço de palha de uma qualquer gruta de Belém.
Há quem exulte com a alegria que vai retirar das prendas que o Pai Natal ou o Menino Jesus deixará no sapatinho na noite de Natal, seja como receptor(a) de tais agrados ou como fonte da satisfação que vai proporcionar a outrem.
Há quem salive com a mera perspectiva das delícias festivas, quer seja o tradicional bacalhau cozido com batatas e couves, o polvo, o peru, o cabrito ou qualquer outra iguaria que a tradição acomode e a carteira comporte, quer seja uma das múltiplas sobremesas ultra-calóricas que dão cumprimento cabal à também popular expressão do “perdoa-se o mal que fazem pelo bem que sabem” e que racionamento algum de açúcar poderá apartar das faustas mesas desta quadra.
Há quem se anime com a decoração das lojas, com os presépios, com os enfeites dos pinheiros, ou com a iluminação de ruas que, salvo verdadeiras obscenidades despesistas, política de contenção alguma deve suprimir.
Há quem não consiga parar de trautear os principais cânticos natalícios ou quem dê por si a acompanhar o coro das familiares músicas que ecoam nas ruas e nas rádios a toda a hora.
Há quem aguarde com expectativa pelas galas de Natal dos vários canais de televisão e quem se delicie com a programação de férias que estes sempre preparam para os públicos mais jovens e não só.
Há quem se alegre com o rebuliço popular que agita as ruas do centro das cidades ou que justifica as longas esperas nos acessos aos parques de estacionamento das grandes superfícies comerciais.
Há quem se enterneça com o especial entusiasmo infantil desabafando até que “o Natal é para as crianças” e quem aguarde ansiosamente pelos carinhos de familiares e amigos cujo reencontro só esta quadra consegue potenciar.
Há quem cuide de assegurar que o Natal chega mesmo a todos, independentemente do seu estado e condição, e quem entenda que, pelo menos nesta altura do ano, deve reforçar a sua prática solidária, prestando o apoio que tiver ao alcance da sua vontade àqueles que mais precisam.
Há quem rejeite os relatos quase mitológicos dos principais quadros bíblicos e quem repudie a costela consumista exacerbada da generalidade das pessoas ou o materialismo ostensivo que se vive neste período.
Há quem se atemorize com as calorias excessivas que vai consumir e os quilos a mais que as mesmas vão trazer também de presente e quem se aborreça com a omnipresença das referências natalícias em todos os espaços e momentos.
Há quem se revolte com a sobrelotação das lojas e pastelarias e quem se lamente com a sobrecarga de trabalhos que o encontro de família sempre vai proporcionar ou com o enfado dos mais ou menos formais jantares de Natal com os colegas de trabalho.
Há quem lamente a inactividade generalizada que grassa neste período ou quem inveje as férias com que outros esgotam as passagens aéreas para os principais destinos turísticos mundiais.
Há quem critique a misericordiazinha conjuntural e o oportunismo daqueles que acusam de tentar tirar proveitos públicos da desgraça alheia.
Há, porventura, em cada um de nós, um instante de cada um destes Natais, e o desejo secreto de que um novo Natal se aproxime, uma vez ultrapassado de forma invariavelmente célere o reencontro com esta quadra festiva.
Por isso, como na música da Simone, “Então bom Natal, e um Ano Novo também, que seja feliz quem, souber o que é o bem.”
“-Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez.”, atira-nos Simone logo nos primeiros versos, como que a lembrar que este é um tempo de retrospectiva mas também de projecção do futuro.
Se, como se diz, “o Natal é sempre que um Homem quiser”, creio ser igualmente verdade que o Natal é aquilo que cada um quiser.
Há quem releve o aspecto religioso e faça deste período uma oportunidade para renovação da sua fé e da gratidão pelo amor de um Deus feito homem, por ora menino e humildemente aconchegado nos braços de sua mãe e num berço de palha de uma qualquer gruta de Belém.
Há quem exulte com a alegria que vai retirar das prendas que o Pai Natal ou o Menino Jesus deixará no sapatinho na noite de Natal, seja como receptor(a) de tais agrados ou como fonte da satisfação que vai proporcionar a outrem.
Há quem salive com a mera perspectiva das delícias festivas, quer seja o tradicional bacalhau cozido com batatas e couves, o polvo, o peru, o cabrito ou qualquer outra iguaria que a tradição acomode e a carteira comporte, quer seja uma das múltiplas sobremesas ultra-calóricas que dão cumprimento cabal à também popular expressão do “perdoa-se o mal que fazem pelo bem que sabem” e que racionamento algum de açúcar poderá apartar das faustas mesas desta quadra.
Há quem se anime com a decoração das lojas, com os presépios, com os enfeites dos pinheiros, ou com a iluminação de ruas que, salvo verdadeiras obscenidades despesistas, política de contenção alguma deve suprimir.
Há quem não consiga parar de trautear os principais cânticos natalícios ou quem dê por si a acompanhar o coro das familiares músicas que ecoam nas ruas e nas rádios a toda a hora.
Há quem aguarde com expectativa pelas galas de Natal dos vários canais de televisão e quem se delicie com a programação de férias que estes sempre preparam para os públicos mais jovens e não só.
Há quem se alegre com o rebuliço popular que agita as ruas do centro das cidades ou que justifica as longas esperas nos acessos aos parques de estacionamento das grandes superfícies comerciais.
Há quem se enterneça com o especial entusiasmo infantil desabafando até que “o Natal é para as crianças” e quem aguarde ansiosamente pelos carinhos de familiares e amigos cujo reencontro só esta quadra consegue potenciar.
Há quem cuide de assegurar que o Natal chega mesmo a todos, independentemente do seu estado e condição, e quem entenda que, pelo menos nesta altura do ano, deve reforçar a sua prática solidária, prestando o apoio que tiver ao alcance da sua vontade àqueles que mais precisam.
Há quem rejeite os relatos quase mitológicos dos principais quadros bíblicos e quem repudie a costela consumista exacerbada da generalidade das pessoas ou o materialismo ostensivo que se vive neste período.
Há quem se atemorize com as calorias excessivas que vai consumir e os quilos a mais que as mesmas vão trazer também de presente e quem se aborreça com a omnipresença das referências natalícias em todos os espaços e momentos.
Há quem se revolte com a sobrelotação das lojas e pastelarias e quem se lamente com a sobrecarga de trabalhos que o encontro de família sempre vai proporcionar ou com o enfado dos mais ou menos formais jantares de Natal com os colegas de trabalho.
Há quem lamente a inactividade generalizada que grassa neste período ou quem inveje as férias com que outros esgotam as passagens aéreas para os principais destinos turísticos mundiais.
Há quem critique a misericordiazinha conjuntural e o oportunismo daqueles que acusam de tentar tirar proveitos públicos da desgraça alheia.
Há, porventura, em cada um de nós, um instante de cada um destes Natais, e o desejo secreto de que um novo Natal se aproxime, uma vez ultrapassado de forma invariavelmente célere o reencontro com esta quadra festiva.
Por isso, como na música da Simone, “Então bom Natal, e um Ano Novo também, que seja feliz quem, souber o que é o bem.”
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