Empreender no feminino
Os objectivos políticos e Constitucionais de contribuir para uma superior igualdade de género nas diversas vertentes da nossa sociedade têm já várias décadas e vêm dando a devida sequência aos diversos compromissos que foram assumidos no quadro das principais organizações internacionais, daqui resultando múltiplas iniciativas concretas.
De entre estas, os programas de apoio ao Empreendedorismo feminino têm merecido natural destaque, tanto mais que os mesmos dão resposta a três dimensões deste problema: o apoio à criação do auto-emprego, o reforço da capacidade empresarial feminina e o aumento da qualidade da participação das mulheres na vida activa.
Em verdade, porém, se muito há ainda por fazer para a plena concretização destes objectivos, as transformações verificadas ao longo das últimas décadas em diferentes domínios da nossa vida colectiva acarretaram naturais consequências para esta vertente concreta.
Naquilo que tem mantido alguma estabilidade, pode dizer-se que as mulheres ainda encontram maiores dificuldades de colocação no mercado de trabalho, que são, em média, pior remuneradas que os homens no desempenho das mesmas funções, e que assumem a necessidade de conciliar a sua actividade profissional com as normais exigências da sua condição de esposas e mães.
Também no plano empresarial, as mulheres constituem, em média, apenas 30% dos empreendedores da União Europeia, sendo que é usual encontrarem maiores dificuldades do que os homens em iniciar os seus projectos de negócios e em aceder a formação e a linhas de financiamento.
Os últimos anos aportaram, porém, diversas condicionantes para esta realidade. As transformações demográficas que expressam uma redução drástica das taxas de natalidade e o aumento da participação feminina nos diferentes graus de ensino, aumentam quer a disponibilidade, quer as qualificações femininas, potenciando os seus atributos “naturais” – e não, não me refiro a aspectos físicos – que mais contribuem para o sucesso do seu desempenho profissional ou dos seus projectos empresariais.
Segundo o estudo “Igualdade de Género em Portugal em 2009”, da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e da Presidência do Conselho de Ministros, citando dados do INE para 2008, as mulheres assumiam a maioria na percentagem da população com mais de 15 anos que completou os diferentes graus de ensino, destacando-se os 60% da população que concluiu o ensino superior.
Nesse mesmo estudo, mas agora com dados do Ministério da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior relativos ao período 1997/1998 a 2005/2006, evidencia-se que a percentagem de mulheres no total de diplomados se cifra, em média, nos 65,4%, atingindo percentagens de 90% na Área da Educação, dos 79,5% na Área da Saúde e Protecção Social e os 66,9% nas áreas das Ciências Sociais, Comércio e Direito.
Em linha com estes dados, segundo o estudo «As mulheres entre o trabalho e família nos países da União Europeia», do Centro de Estudos de Emprego, 63% das portuguesas estão no mercado de trabalho e 92,2% das licenciadas encontram emprego imediato, o que traduzirá os números mais elevados da Europa.
No âmbito do Programa Operacional Potencial Humano em vigor, a Tipologia de Intervenção 7.6 “Apoio ao empreendedorismo, associativismo e criação de redes empresariais de actividades económicas geridas por mulheres”, aprovou até ao final de 2009 mais de meia centena de projectos, representando um investimento superior aos 10 milhões de euros.
Tendo acompanhado como consultor várias empreendedoras abrangidas por este projecto, que agora estão a concluir os seus Planos de Negócios e a formalizar o início da actividade das suas empresas, não posso deixar de registar também uma alteração drástica do perfil de tais empreendedoras face a exemplos passados.
De facto, independentemente de partirem ou não para este projecto na condição de desempregadas, as “novas empreendedoras” não encaram a sua iniciativa empresarial como uma solução de recurso pela sua não colocação profissional e muito menos procuram uma actividade “menos exigente” que facilite a conciliação com a sua vida familiar.
Antes, deparei-me com empresárias com boas ideias de negócio, com visão estratégica, determinação e uma enorme paixão pelos seus projectos, aos quais não regateiam na dedicação, especialmente traduzida na tentativa contínua de aprofundamento do seu conhecimento sobre o sector e a respectiva envolvente competitiva.
A estes atributos, pode-se juntar a perseverança, a auto-confiança e a capacidade de reconhecerem as suas próprias limitações, sem que se sintam diminuídas no seu domínio dos projectos ou temerosas dos riscos que vão enfrentar.
Por todos estes motivos, acho que os homens têm que se congratular pela contínua afirmação deste valores na defesa de uma verdadeira Igualdade do Género. E fica a faltar apenas saber quando será lançado o primeiro programa de apoio ao Empreendedorismo Masculino…
De entre estas, os programas de apoio ao Empreendedorismo feminino têm merecido natural destaque, tanto mais que os mesmos dão resposta a três dimensões deste problema: o apoio à criação do auto-emprego, o reforço da capacidade empresarial feminina e o aumento da qualidade da participação das mulheres na vida activa.
Em verdade, porém, se muito há ainda por fazer para a plena concretização destes objectivos, as transformações verificadas ao longo das últimas décadas em diferentes domínios da nossa vida colectiva acarretaram naturais consequências para esta vertente concreta.
Naquilo que tem mantido alguma estabilidade, pode dizer-se que as mulheres ainda encontram maiores dificuldades de colocação no mercado de trabalho, que são, em média, pior remuneradas que os homens no desempenho das mesmas funções, e que assumem a necessidade de conciliar a sua actividade profissional com as normais exigências da sua condição de esposas e mães.
Também no plano empresarial, as mulheres constituem, em média, apenas 30% dos empreendedores da União Europeia, sendo que é usual encontrarem maiores dificuldades do que os homens em iniciar os seus projectos de negócios e em aceder a formação e a linhas de financiamento.
Os últimos anos aportaram, porém, diversas condicionantes para esta realidade. As transformações demográficas que expressam uma redução drástica das taxas de natalidade e o aumento da participação feminina nos diferentes graus de ensino, aumentam quer a disponibilidade, quer as qualificações femininas, potenciando os seus atributos “naturais” – e não, não me refiro a aspectos físicos – que mais contribuem para o sucesso do seu desempenho profissional ou dos seus projectos empresariais.
Segundo o estudo “Igualdade de Género em Portugal em 2009”, da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e da Presidência do Conselho de Ministros, citando dados do INE para 2008, as mulheres assumiam a maioria na percentagem da população com mais de 15 anos que completou os diferentes graus de ensino, destacando-se os 60% da população que concluiu o ensino superior.
Nesse mesmo estudo, mas agora com dados do Ministério da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior relativos ao período 1997/1998 a 2005/2006, evidencia-se que a percentagem de mulheres no total de diplomados se cifra, em média, nos 65,4%, atingindo percentagens de 90% na Área da Educação, dos 79,5% na Área da Saúde e Protecção Social e os 66,9% nas áreas das Ciências Sociais, Comércio e Direito.
Em linha com estes dados, segundo o estudo «As mulheres entre o trabalho e família nos países da União Europeia», do Centro de Estudos de Emprego, 63% das portuguesas estão no mercado de trabalho e 92,2% das licenciadas encontram emprego imediato, o que traduzirá os números mais elevados da Europa.
No âmbito do Programa Operacional Potencial Humano em vigor, a Tipologia de Intervenção 7.6 “Apoio ao empreendedorismo, associativismo e criação de redes empresariais de actividades económicas geridas por mulheres”, aprovou até ao final de 2009 mais de meia centena de projectos, representando um investimento superior aos 10 milhões de euros.
Tendo acompanhado como consultor várias empreendedoras abrangidas por este projecto, que agora estão a concluir os seus Planos de Negócios e a formalizar o início da actividade das suas empresas, não posso deixar de registar também uma alteração drástica do perfil de tais empreendedoras face a exemplos passados.
De facto, independentemente de partirem ou não para este projecto na condição de desempregadas, as “novas empreendedoras” não encaram a sua iniciativa empresarial como uma solução de recurso pela sua não colocação profissional e muito menos procuram uma actividade “menos exigente” que facilite a conciliação com a sua vida familiar.
Antes, deparei-me com empresárias com boas ideias de negócio, com visão estratégica, determinação e uma enorme paixão pelos seus projectos, aos quais não regateiam na dedicação, especialmente traduzida na tentativa contínua de aprofundamento do seu conhecimento sobre o sector e a respectiva envolvente competitiva.
A estes atributos, pode-se juntar a perseverança, a auto-confiança e a capacidade de reconhecerem as suas próprias limitações, sem que se sintam diminuídas no seu domínio dos projectos ou temerosas dos riscos que vão enfrentar.
Por todos estes motivos, acho que os homens têm que se congratular pela contínua afirmação deste valores na defesa de uma verdadeira Igualdade do Género. E fica a faltar apenas saber quando será lançado o primeiro programa de apoio ao Empreendedorismo Masculino…
1 comentário:
Parabéns pelo artigo! Parabéns a todas as mulheres empreendedoras, inovadoras, que tem mais coragem que muitos homens de fazer acontecer.
Para quem está pensando em começar um negócio, recomendo que veja o Mapa Mental - Empreeender, resumo de O Livro Negro do Empreendedor - http://bit.ly/e0CpIn e o artigo Fazendo as Idéias Acontecerem: http://t.co/eZu0MS8 e muito sucesso! @neigrando
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