Obviamente, MUDAR!
Nenhum País, nenhum território, nenhuma economia pode ficar indiferente às prioridades, às políticas e à conduta daqueles que o/a governam.
Se assim sempre acontece, as Eleições Legislativas do próximo dia 5 de Junho marcam um momento especialmente decisivo para o futuro de Portugal e para as perspectivas que se abrem para os seus agentes económicos, para as diversas instituições da sociedade civil e para o comum dos cidadãos.
Como resulta claro da sucessão de evidências das últimas semanas, por mais que o esforço da máquina de comunicação socialista procure negar o óbvio, Portugal encontra-se hoje numa situação socialmente alarmante, financeiramente depauperada e economicamente debilitada pela exclusiva responsabilidade das políticas erradas que o actual Governo implementou ao longo dos últimos 6 anos.
Com justiça e independência, é possível identificar erros que remontam a anteriores Executivos, boa parte dos quais também do Partido Socialista – que exerceu funções durante 13 dos últimos 16 anos -, nomeadamente na forma como foram proteladas reformas há muito tidas por incontornáveis para a ultrapassagem de muitos dos bloqueios estruturais com que ainda nos confrontamos.
Todavia, a generalidade dos indicadores financeiros, económicos e sociais dos últimos seis anos falam por si.
Em Portugal, o desemprego oficial já atingiu mais de 700.000 cidadãos, a que se juntam muitos outros milhares que abandonaram o mercado de trabalho ou que optaram por procurar a sua sorte no exterior. Destes, muitos são jovens e extremamente qualificados, a que se junta um outro contingente não desprezível de desempregados de longa duração, muitos dos quais já não usufruem de qualquer apoio social.
Também por estas razões, cresce o número de famílias com sérias dificuldades económicas para fazer face aos seus encargos correntes, agravam-se as desigualdades sociais, propagam-se os fenómenos de pobreza expressa ou envergonhada, apenas mitigados pela heróica intervenção das entidades do foro social.
Os números do recorrente descalabro orçamental, o galopante crescimento da dívida pública e do nosso défice externo, as extremas dificuldades do sector financeiro e, por essa via, do acesso ao crédito da generalidade da economia tornaram-se já uma espécie de ladainha diária na boca dos analistas e são sistematicamente confirmadas pela generalidade dos estudos e declarações de responsáveis de entidades independentes, nacionais e internacionais.
A consumada ajuda externa, com contornos que o actual Primeiro-Ministro continua a querer escamotear, face à gravidade e sacrifícios associados a muitas das medidas que aí se encontram discriminadas de forma calendarizada e quantificada, foi o remédio tardio para um doente a caminho de um estado terminal.
A mesma envolve, porém, um conjunto de decisões incontornáveis, cuja margem de flexibilidade existente apenas possibilita a afirmação de prioridades e caminhos distintos rumo a um mesmo destino de severa correcção dos nossos desequilíbrios e da manifesta obesidade do Estado.
Nessas circunstâncias, é essencial que o País tenha ao leme um Primeiro-Ministro e um Governo vinculado a uma política de verdade, corajoso, determinado, mas sensível aos reais problemas que afectam os Portugueses no seu dia-a-dia.
A governação de José Sócrates foi feita no registo oposto, com a obstinação a aliar-se à arrogância, ao condicionamento democrático, à megalomania, à ilusão, à partidarização do aparelho de Estado, das Empresas Públicas e, até, de entidades privadas.
O vento que sopra nas ventoinhas das propaladas energias renováveis não afasta as nuvens negras que ocultam o sol do dia-a-dia de uma parte substancial da população portuguesa.
A “reforma cultural” da sociedade não nos transformou numa economia moderna e competitiva capaz de pedir meças aos nossos pares europeus e de resistir às investidas dos países (antes) em vias de desenvolvimento.
A qualificação estatística dos nossos recursos humanos não lhes garantiu as oportunidades de progressão social e económica que o aparente bom desempenho relativo insistia em prometer.
A fraude de um insustentável Estado Social, esqueceu que a primeira base para a subsistência de qualquer pessoa é a cana e não o peixe.
Só nos ecrãs dos Magalhães é que Portugal ainda aparece pintado em tons cor-de-rosa, mas temos que bloquear o acesso a sítios estrangeiros se não quisermos constatar a forma como somos ridicularizados no estrangeiro face à visível perda de credibilidade dos nossos governantes.
A partir do dia 6 de Junho, Portugal vai viver um dos períodos mais duros da sua História, exigindo a superação nacional e um alargado consenso para conseguir desafiar as adversidades e levar a bom porto o esforço de regeneração que não podemos voltar a adiar.
Este País, este nosso amado País, cairá seguramente numa situação bem pior que a que hoje vemos na Grécia se continuar mais um ano que seja sob o jugo dos desmandos de José Sócrates e dos seus pares.
Se outra razão não houvesse, que as há, essa bastaria para que hoje lhe apelasse a um voto expresso, maciço e determinado no sentido da mudança. Por Portugal.
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