Um economista a Presidente (II)
Há precisamente cinco anos, escrevi uma primeira versão deste artigo, também na antecâmara das Eleições Presidenciais.
E, como hoje, perguntava: “De que Presidente é que Portugal precisa agora, numa circunstância em que o país tarda em sair da estagnação económica, em que o desemprego cresce, em que o défice das contas públicas continua vigoroso, em que se abalam as estruturas do Estado-Providência, em que escasseiam os consensos entre os parceiros sociais, em que prolifera a corrupção e a evasão ao fisco, em que a Europa se enfraquece e a nossa posição no mundo lusófono se esbate?…”
Ao que eu próprio cuidava de responder: “Como uma qualquer empresa que atravessa um período de maiores dificuldades, Portugal necessita de uma injecção de capital de risco, de confiança, de seriedade, de rigor, de exigência, de ambição.
Portugal precisa de um Presidente que não hesite em traçar rumos que possam ser percorridos por aqueles a quem cabe o árduo esforço da caminhada: o Governo, os empresários, os trabalhadores, os sindicatos e as associações empresariais, os funcionários públicos, os profissionais dos mais diversos sectores de actividade, os jovens, os idosos, os homens e mulheres de Portugal e a gesta lusitana que se espalha mundo fora.
Na actual conjuntura, Portugal terá tudo a ganhar em ter um Presidente economista. Alguém que perceba o real alcance dos desafios que se colocam ao País e que possa colaborar com o Governo na identificação das melhores soluções, promovendo a retoma da credibilidade e da confiança e assegurando os prementes esforços de concertação e pacificação social”.
Desta extensa citação resultam vários indicadores que comprovam que a resposta à dita questão não pode ser hoje distinta daquela que os Portugueses deram nesse distante mês de Janeiro de 2006.
Desde logo, quando analisamos o quadro económico e social do País, verificamos que a situação hoje é bem pior do que aquela que se verificava há cinco anos, demonstrando de forma inequívoca que estes foram anos totalmente perdidos da nossa História, marcados pela tolerância exagerada dos Portugueses para com um Governo manifestamente incompetente e lesivo do interesse nacional.
Do ponto de vista da análise do desempenho do Presidente em funções, há que reconhecer a Cavaco Silva a preocupação contínua em apontar os ditos rumos, em acarinhar os bons exemplos da dinâmica da sociedade civil – como tantas vezes fez nos vários roteiros temáticos com que percorreu o País de lés-a-lés –, ou nas intervenções que produziu de alerta e sensibilização para relevantes preocupações e causas sociais.
Indiscutivelmente, o Presidente Cavaco Silva foi um catalisador da salvaguarda da cooperação democrática com o Governo, evidenciando em múltiplas circunstâncias a capacidade de prescindir das suas próprias posições ou, pelo menos, das convicções da maioria esmagadora da sua base de apoio popular, para proteger aquele que considerou ser o interesse do País e dos Portugueses.
Sejamos claros: se assim não tivesse acontecido, teria sido muito fácil a Cavaco Silva socorrer-se dos mecanismos constitucionais ao seu dispor para lançar a “bomba atómica” e depor o Governo, com bastantes mais razões para o que fazer do que aquelas que Jorge Sampaio pôde invocar no final de 2004, com Santana Lopes.
Chegámos, pois, ao presente acto eleitoral e verificamos quão desacreditado está o cargo da Presidência da República, tal o leque de candidatos que se perfila como alternativa dos demais quadrantes democráticos ou a conduta que os mesmos patentearam durante os dias de campanha já percorridos, a roçar a indignidade.
Salva-se o meritório Presidente da AMI, Fernando Nobre, que ainda assim não consegue escapar à ideia de que corporiza uma vedeta do cinema mudo a preto e branco que cai por acidente numa super-produção de Hollywood da era digital…
Pode fazer-se o balanço do desempenho passado e pode efectuar-se esse juízo das alternativas que hoje se colocam aos Portugueses.
Mas deve-se, sobretudo, olhar para o futuro de Portugal e perguntar se o próximo Presidente da República não pode ser a garantia última da credibilização externa do País e da afirmação de Portugal no mundo, a força motriz da moderação de conflitos nos árduos tempos que se avizinham e um defensor da justeza e equilíbrio da acção Governativa, na defesa do comum dos cidadãos.
Eu acredito que sim. No dia 23, eu votarei em Cavaco Silva para Presidente de Portugal. Para Presidente de todos os Portugueses.
E, como hoje, perguntava: “De que Presidente é que Portugal precisa agora, numa circunstância em que o país tarda em sair da estagnação económica, em que o desemprego cresce, em que o défice das contas públicas continua vigoroso, em que se abalam as estruturas do Estado-Providência, em que escasseiam os consensos entre os parceiros sociais, em que prolifera a corrupção e a evasão ao fisco, em que a Europa se enfraquece e a nossa posição no mundo lusófono se esbate?…”
Ao que eu próprio cuidava de responder: “Como uma qualquer empresa que atravessa um período de maiores dificuldades, Portugal necessita de uma injecção de capital de risco, de confiança, de seriedade, de rigor, de exigência, de ambição.
Portugal precisa de um Presidente que não hesite em traçar rumos que possam ser percorridos por aqueles a quem cabe o árduo esforço da caminhada: o Governo, os empresários, os trabalhadores, os sindicatos e as associações empresariais, os funcionários públicos, os profissionais dos mais diversos sectores de actividade, os jovens, os idosos, os homens e mulheres de Portugal e a gesta lusitana que se espalha mundo fora.
Na actual conjuntura, Portugal terá tudo a ganhar em ter um Presidente economista. Alguém que perceba o real alcance dos desafios que se colocam ao País e que possa colaborar com o Governo na identificação das melhores soluções, promovendo a retoma da credibilidade e da confiança e assegurando os prementes esforços de concertação e pacificação social”.
Desta extensa citação resultam vários indicadores que comprovam que a resposta à dita questão não pode ser hoje distinta daquela que os Portugueses deram nesse distante mês de Janeiro de 2006.
Desde logo, quando analisamos o quadro económico e social do País, verificamos que a situação hoje é bem pior do que aquela que se verificava há cinco anos, demonstrando de forma inequívoca que estes foram anos totalmente perdidos da nossa História, marcados pela tolerância exagerada dos Portugueses para com um Governo manifestamente incompetente e lesivo do interesse nacional.
Do ponto de vista da análise do desempenho do Presidente em funções, há que reconhecer a Cavaco Silva a preocupação contínua em apontar os ditos rumos, em acarinhar os bons exemplos da dinâmica da sociedade civil – como tantas vezes fez nos vários roteiros temáticos com que percorreu o País de lés-a-lés –, ou nas intervenções que produziu de alerta e sensibilização para relevantes preocupações e causas sociais.
Indiscutivelmente, o Presidente Cavaco Silva foi um catalisador da salvaguarda da cooperação democrática com o Governo, evidenciando em múltiplas circunstâncias a capacidade de prescindir das suas próprias posições ou, pelo menos, das convicções da maioria esmagadora da sua base de apoio popular, para proteger aquele que considerou ser o interesse do País e dos Portugueses.
Sejamos claros: se assim não tivesse acontecido, teria sido muito fácil a Cavaco Silva socorrer-se dos mecanismos constitucionais ao seu dispor para lançar a “bomba atómica” e depor o Governo, com bastantes mais razões para o que fazer do que aquelas que Jorge Sampaio pôde invocar no final de 2004, com Santana Lopes.
Chegámos, pois, ao presente acto eleitoral e verificamos quão desacreditado está o cargo da Presidência da República, tal o leque de candidatos que se perfila como alternativa dos demais quadrantes democráticos ou a conduta que os mesmos patentearam durante os dias de campanha já percorridos, a roçar a indignidade.
Salva-se o meritório Presidente da AMI, Fernando Nobre, que ainda assim não consegue escapar à ideia de que corporiza uma vedeta do cinema mudo a preto e branco que cai por acidente numa super-produção de Hollywood da era digital…
Pode fazer-se o balanço do desempenho passado e pode efectuar-se esse juízo das alternativas que hoje se colocam aos Portugueses.
Mas deve-se, sobretudo, olhar para o futuro de Portugal e perguntar se o próximo Presidente da República não pode ser a garantia última da credibilização externa do País e da afirmação de Portugal no mundo, a força motriz da moderação de conflitos nos árduos tempos que se avizinham e um defensor da justeza e equilíbrio da acção Governativa, na defesa do comum dos cidadãos.
Eu acredito que sim. No dia 23, eu votarei em Cavaco Silva para Presidente de Portugal. Para Presidente de todos os Portugueses.
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