Era uma vez um Leão
O Desporto no seu todo e o futebol em particular conquistaram ao longo dos últimos anos um protagonismo social e económico que mais que justificam as incursões pontuais que aqui vou fazendo em tais realidades.
A juntar a tal facto, porém, está também sempre presente o especial apreço que tenho por estas matérias e a evidente simpatia que nutro por alguns dos intervenientes, individuais ou colectivos.
Todavia, quando hoje reservo estas linhas a uma análise sumária das incidências que voltam a marcar a vida do Sporting Clube de Portugal não é apenas para dar voz à costela verde e branca do meu bi-sportinguismo - a outra veste o vermelho e branco de Braga - mas antes porque o Sporting se assume hoje como um caso empresarial de estudo.
Tal como tantas e tantas empresas que já tiveram alguma projecção nos respectivos sectores de actividade mas que em certo momento da sua vida mergulham numa encruzilhada, o Sporting depara-se hoje com vários dos sintomas dessas mesmas angústias.
Afinal, se a sua missão enquanto “projecto empresarial” é obter sucessos desportivos, a realidade recente tem demonstrado que só em circunstâncias verdadeiramente “anormais” é que a equipa, nomeadamente na vertente de futebol profissional sénior, consegue disputar as competições de igual para igual com os seus adversários.
Por outro lado, simultaneamente na base e como consequência de tal evidência, o Clube (ou a SAD) tem apresentado fracos resultados financeiros – encontrando-se mesmo numa situação verdadeiramente constrangedora da sua sustentabilidade futura em função do passivo acumulado – e tem vindo a perder clientes de forma acelerada e talvez irreversível, assim se entendam os seus sócios, adeptos e/ou espectadores dos seus jogos.
Em paralelo com tais realidades, a vocação formadora que caracterizou o Clube ao longo dos últimos anos vai dando para registar alguns sucessos no plano das camadas jovens mas não se deve perspectivar como solução incontornável, seja para a garantia de obtenção de novas receitas (não é todos os anos que surgem jogadores como Ronaldo, Nani, Moutinho ou M. Veloso), seja para fonte de alimentação da equipa principal em matéria de recrutamento de qualidade inquestionável.
Para cúmulo, mesmo a lógica eclética que o clube sempre assumiu pela presença em diferentes modalidades tem vindo a perder alguma expressão à medida que os condicionalismos económicos puseram em causa a manutenção de diversas equipas e atletas.
Como em tantas e tantas outras colectividades de relevo no plano nacional e internacional, ao Sporting coloca-se a mesma dicotomia entre a sua sustentabilidade económica e financeira e a quiçá infrutífera aposta no êxito desportivo pleno.
Como em tantas e tantas empresas dos mais diversos sectores de actividade, o problema de base do Clube centra-se na indefinição estratégica, na ausência de uma gestão coerente, rigorosa e assente em pilares sólidos de adesão à actual realidade do Clube e na incapacidade de se reconstruir e renovar, adaptando-se aos condicionalismos do meio envolvente.
Esta situação é tanto mais confrangedora quanto não se pode sequer pôr em causa a capacidade de gestão dos múltiplos dirigentes que assumiram os destinos do Clube ao longo dos últimos anos e que apresentam currículos notáveis e reconhecidos nos seus contextos profissionais ou empresariais.
Atendendo a estes condicionalismos, o primeiro requisito para os novos órgãos sociais que agora serão eleitos passará pela criação de condições para a ultrapassagem de uma equação aparentemente irresolúvel: voltar a mobilizar (os) adeptos em torno do Clube, credibilizando e fortalecendo a respectiva marca, ao mesmo tempo que terão incutir um banho de realismo nas suas ambições e na gestão corrente do mesmo.
Se assim não acontecer, o tempo tratará de demonstrar os enormes riscos de uma qualquer opção alternativa.
Ainda assim, alguém acredita que algum potencial candidato poderá assumir este desígnio, nomeadamente na antecâmara do período eleitoral que se avizinha?
Ou, pior do que isso, que o poderá manter quando, depois de ser eleito, se confrontar com a rápida conversão dos “bestiais em bestas” que estas lides sempre potenciam?
A juntar a tal facto, porém, está também sempre presente o especial apreço que tenho por estas matérias e a evidente simpatia que nutro por alguns dos intervenientes, individuais ou colectivos.
Todavia, quando hoje reservo estas linhas a uma análise sumária das incidências que voltam a marcar a vida do Sporting Clube de Portugal não é apenas para dar voz à costela verde e branca do meu bi-sportinguismo - a outra veste o vermelho e branco de Braga - mas antes porque o Sporting se assume hoje como um caso empresarial de estudo.
Tal como tantas e tantas empresas que já tiveram alguma projecção nos respectivos sectores de actividade mas que em certo momento da sua vida mergulham numa encruzilhada, o Sporting depara-se hoje com vários dos sintomas dessas mesmas angústias.
Afinal, se a sua missão enquanto “projecto empresarial” é obter sucessos desportivos, a realidade recente tem demonstrado que só em circunstâncias verdadeiramente “anormais” é que a equipa, nomeadamente na vertente de futebol profissional sénior, consegue disputar as competições de igual para igual com os seus adversários.
Por outro lado, simultaneamente na base e como consequência de tal evidência, o Clube (ou a SAD) tem apresentado fracos resultados financeiros – encontrando-se mesmo numa situação verdadeiramente constrangedora da sua sustentabilidade futura em função do passivo acumulado – e tem vindo a perder clientes de forma acelerada e talvez irreversível, assim se entendam os seus sócios, adeptos e/ou espectadores dos seus jogos.
Em paralelo com tais realidades, a vocação formadora que caracterizou o Clube ao longo dos últimos anos vai dando para registar alguns sucessos no plano das camadas jovens mas não se deve perspectivar como solução incontornável, seja para a garantia de obtenção de novas receitas (não é todos os anos que surgem jogadores como Ronaldo, Nani, Moutinho ou M. Veloso), seja para fonte de alimentação da equipa principal em matéria de recrutamento de qualidade inquestionável.
Para cúmulo, mesmo a lógica eclética que o clube sempre assumiu pela presença em diferentes modalidades tem vindo a perder alguma expressão à medida que os condicionalismos económicos puseram em causa a manutenção de diversas equipas e atletas.
Como em tantas e tantas outras colectividades de relevo no plano nacional e internacional, ao Sporting coloca-se a mesma dicotomia entre a sua sustentabilidade económica e financeira e a quiçá infrutífera aposta no êxito desportivo pleno.
Como em tantas e tantas empresas dos mais diversos sectores de actividade, o problema de base do Clube centra-se na indefinição estratégica, na ausência de uma gestão coerente, rigorosa e assente em pilares sólidos de adesão à actual realidade do Clube e na incapacidade de se reconstruir e renovar, adaptando-se aos condicionalismos do meio envolvente.
Esta situação é tanto mais confrangedora quanto não se pode sequer pôr em causa a capacidade de gestão dos múltiplos dirigentes que assumiram os destinos do Clube ao longo dos últimos anos e que apresentam currículos notáveis e reconhecidos nos seus contextos profissionais ou empresariais.
Atendendo a estes condicionalismos, o primeiro requisito para os novos órgãos sociais que agora serão eleitos passará pela criação de condições para a ultrapassagem de uma equação aparentemente irresolúvel: voltar a mobilizar (os) adeptos em torno do Clube, credibilizando e fortalecendo a respectiva marca, ao mesmo tempo que terão incutir um banho de realismo nas suas ambições e na gestão corrente do mesmo.
Se assim não acontecer, o tempo tratará de demonstrar os enormes riscos de uma qualquer opção alternativa.
Ainda assim, alguém acredita que algum potencial candidato poderá assumir este desígnio, nomeadamente na antecâmara do período eleitoral que se avizinha?
Ou, pior do que isso, que o poderá manter quando, depois de ser eleito, se confrontar com a rápida conversão dos “bestiais em bestas” que estas lides sempre potenciam?
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