Milhões sobre a relva
Passaram meses a fio em que os Portugueses e os demais cidadãos mundiais foram esmagados pelas notícias da crise, das falências de empresas, do crescimento exponencial do número de desempregados, dos sucessivos planos de incentivo dos Governos e das Instâncias Internacionais.
Quase sem excepção, os diversos sectores de actividade foram mostrando os sinais de enfraquecimento, expondo a necessidade de reduzir a capacidade de produção instalada e de acomodar os efeitos da visível redução dos níveis de procura.
Retraíram-se os investimentos. Avançaram os sinais de pressões descendentes sobre os níveis de preços. Caíram, como sempre caem nestas circunstâncias, por mais paradoxal que tal possa parecer, os níveis de investimento publicitário e a aposta na formação.
Fecharam portas instituições financeiras de todo o tipo. Grandes colossos económicos que sempre serviram como referencial para a economia capitalista tiveram que soçobrar ao impacto da conjuntura económica.
Por maior que fosse a concertação de esforços entre todas as partes envolvidas, parecia não haver forma de inverter a tendência de queda e os cenários negros que pareciam perfilar-se nos horizontes das diversas economias ocidentais.
Subitamente, porém, ei-lo que surge novamente na linha da frente da gestão da sua “empresa” de eleição. Como que vindo de outra galáxia, alheia a todos estes males e à aparente falta de remédios, Perez voltou a assumir o papel de Deus e a construir a sua própria constelação de estrelas.
Primeira Kaká. Depois Ronaldo. A seguir?
Os milhões parecem cair como uma aposta premiada numa máquina de casino, provocando um ruído ensurdecedor que ora provoca ondas de entusiasmo, ora evidentes sinais de inveja, ora ponderadas dúvidas sobre o rumo encetado.
60 milhões. 94 milhões. Muitos mais, diz, tem ainda para gastar para voltar a disputar a Liga e as demais competições domésticas e internacionais. O futebol rendilhado de Messi e seus pares que tantos frutos deu ao Barca de 2008/2009 provocou uma azia difícil de ultrapassar lá para os lados da capital espanhola.
Não faz sentido, dizem uns. É demais, apressam-se a corrigir outros. É uma loucura, sugerem mesmo alguns.
Aqui, como em qualquer outro negócio, pode por vezes confundir-se a razão e o coração.
Serão estes jogadores um bom investimento numa óptica estritamente económica e financeira?
A resposta pode até não ter nenhuma raiz na antecipação da performance desportiva dos “blancos” na época que se avizinha.
São os milhões do merchandising. São mais milhões da sponsorização. São ainda mais milhões da renegociação dos contratos televisivos, dos direitos de imagem e da venda de lugares e bilhetes para os jogos. Serão seguramente, os cachets ultra-milionários das digressões de pré-época pela Ásia ou pelos países dos petro-dólares.
Poderá haver, também, esse bónus: a vitória nas diversas competições desportivas e os prémios monetários muito significativos que hoje lhes estão associados. E, daí, mais merchandising, mais patrocínios, mais direitos de imagem, mais transmissões, mais bilhetes, mais contratos.
O ciclo, ora virtuoso, ora pernicioso, parece incontornável.
Aqui e ali, pergunta-se como é possível. Mais além, defende-se a imposição de balizas administrativas que possam assegurar um maior nivelamento da concorrência. Será necessário? Será útil?
A verdade é que o circo está montado e o espectáculo tem que continuar. E, agora, o dinheiro tem que rolar e cumprir a sua função.
Em Manchester, correm-se os catálogos para escolher com grande conforto os substitutos que se deseja para a antiga estrela da companhia.
Em Milão, até já dá para pagar 15 milhões de Euros por um jogador que o Porto comprara há poucos meses por uma quantia 23 vezes inferior ao “falido” Vitória de Setúbal.
Olho para o negócio de uns? Ou descontrolo financeiro de outros?
Crise? Mas ainda alguém fala em crise?
Quase sem excepção, os diversos sectores de actividade foram mostrando os sinais de enfraquecimento, expondo a necessidade de reduzir a capacidade de produção instalada e de acomodar os efeitos da visível redução dos níveis de procura.
Retraíram-se os investimentos. Avançaram os sinais de pressões descendentes sobre os níveis de preços. Caíram, como sempre caem nestas circunstâncias, por mais paradoxal que tal possa parecer, os níveis de investimento publicitário e a aposta na formação.
Fecharam portas instituições financeiras de todo o tipo. Grandes colossos económicos que sempre serviram como referencial para a economia capitalista tiveram que soçobrar ao impacto da conjuntura económica.
Por maior que fosse a concertação de esforços entre todas as partes envolvidas, parecia não haver forma de inverter a tendência de queda e os cenários negros que pareciam perfilar-se nos horizontes das diversas economias ocidentais.
Subitamente, porém, ei-lo que surge novamente na linha da frente da gestão da sua “empresa” de eleição. Como que vindo de outra galáxia, alheia a todos estes males e à aparente falta de remédios, Perez voltou a assumir o papel de Deus e a construir a sua própria constelação de estrelas.
Primeira Kaká. Depois Ronaldo. A seguir?
Os milhões parecem cair como uma aposta premiada numa máquina de casino, provocando um ruído ensurdecedor que ora provoca ondas de entusiasmo, ora evidentes sinais de inveja, ora ponderadas dúvidas sobre o rumo encetado.
60 milhões. 94 milhões. Muitos mais, diz, tem ainda para gastar para voltar a disputar a Liga e as demais competições domésticas e internacionais. O futebol rendilhado de Messi e seus pares que tantos frutos deu ao Barca de 2008/2009 provocou uma azia difícil de ultrapassar lá para os lados da capital espanhola.
Não faz sentido, dizem uns. É demais, apressam-se a corrigir outros. É uma loucura, sugerem mesmo alguns.
Aqui, como em qualquer outro negócio, pode por vezes confundir-se a razão e o coração.
Serão estes jogadores um bom investimento numa óptica estritamente económica e financeira?
A resposta pode até não ter nenhuma raiz na antecipação da performance desportiva dos “blancos” na época que se avizinha.
São os milhões do merchandising. São mais milhões da sponsorização. São ainda mais milhões da renegociação dos contratos televisivos, dos direitos de imagem e da venda de lugares e bilhetes para os jogos. Serão seguramente, os cachets ultra-milionários das digressões de pré-época pela Ásia ou pelos países dos petro-dólares.
Poderá haver, também, esse bónus: a vitória nas diversas competições desportivas e os prémios monetários muito significativos que hoje lhes estão associados. E, daí, mais merchandising, mais patrocínios, mais direitos de imagem, mais transmissões, mais bilhetes, mais contratos.
O ciclo, ora virtuoso, ora pernicioso, parece incontornável.
Aqui e ali, pergunta-se como é possível. Mais além, defende-se a imposição de balizas administrativas que possam assegurar um maior nivelamento da concorrência. Será necessário? Será útil?
A verdade é que o circo está montado e o espectáculo tem que continuar. E, agora, o dinheiro tem que rolar e cumprir a sua função.
Em Manchester, correm-se os catálogos para escolher com grande conforto os substitutos que se deseja para a antiga estrela da companhia.
Em Milão, até já dá para pagar 15 milhões de Euros por um jogador que o Porto comprara há poucos meses por uma quantia 23 vezes inferior ao “falido” Vitória de Setúbal.
Olho para o negócio de uns? Ou descontrolo financeiro de outros?
Crise? Mas ainda alguém fala em crise?
Sem comentários:
Enviar um comentário