Economia Verde
Ao longo dos anos, a relação entre as empresas e o ambiente (fosse na componente da eficiência energética, da poluição ou das próprias características dos bens e serviços produzidos ou disponibilizados) tendia a perfilar-se como conflitual.
A partir de uma certa altura, porém, a criação de uma certa consciência ambiental nas sociedades mais desenvolvidas, intimamente relacionada com as ideias da “preservação da espécie”, do “esgotamento dos recursos naturais” ou da degradação das condições de vida no Planeta, introduziu um novo paradigma.
Nesse contexto, o mercado tendeu a recompensar as empresas e produtos tidos por “amigos do ambiente”, assim os mesmo conseguissem transmitir aos consumidores essa percepção quanto às características dos seus produtos (e, em particular, à sua possível reutilização ou reciclagem pós-uso), aos seus processos de fabrico ou, de forma mais lata, à sua responsabilidade social nesta matéria.
Para lá da introdução desse factor na escala global de preferências de consumo, tal sentimento levou à criação de nichos específicos dentro dos diferentes sectores de actividade, especialmente orientados para esta componente ecológica.
Naturalmente, a progressiva assimilação destes princípios e a constatação crescente de que os alertas que foram sendo formulados não se cingiam a visões exageradas e catastrofistas, levaram os próprios Estados a integrar estes valores nos normativos nacionais e internacionais, a criar estímulos para as boas práticas e a punir, quando não a criminalizar, o comportamento dos infractores.
Uma boa ilustração deste fenómeno é a adopção generalizada do princípio do “poluidor-pagador”, bem expressa em diversos Protocolos Internacionais que incidem sobre a esfera ambiental – com especial relevo para Quioto -, e a assimilação pelo mercado das implicações económicas destas decisões, como bem atesta a criação do Mercado de Direitos de Emissão de Gases com Efeito de Estufa.
De há algum tempo para cá, porém, e com óbvias raízes nestas alterações da forma de pensar e agir dos Governos e dos diferentes agentes económicos, o Ambiente transformou-se ele próprio num importante sector de actividade económica, com a emergência de empresas de diversos tipos, que hoje assumem um protagonismo crescente.
Das meras consultoras na esfera ambiental às empresas que apoiam os processos de certificação de terceiros, das empresas com produtos “amigos do ambiente” ou que desenvolveram tecnologias menos poluentes até ao sector cada vez mais importante das energias renováveis, o Ambiente está mesmo na moda.
Mesmo se atentarmos aos grandes grupos económicos dos sectores tradicionais, não há hoje quem não queira ter a sua “perninha” no sector, ora como mero investimento sinalizador de um espírito moderno e inovador, ora com real empenho na conquista do enorme mercado potencial existente.
Voltando à questão das energias renováveis, o Primeiro-Ministro tinha razão quando sugeria há cerca de um mês, na visita que efectuou à Central Fotovoltaica de Amareleja, a maior do mundo e que está localizada no concelho alentejano de Moura, que “o sector da energia em Portugal é um dos sectores mais dinâmicos e mais vibrantes”.
Quando, na mesma ocasião, lembrou também que este “é, talvez, o sector que mais emprego criou”, talvez tivesse sobretudo em conta a “destruição” de empregos que se tem verificado nos outros sectores, mas tal não diminui os méritos de quem aposta efectivamente neste sector florescente.
Aliás, refira-se que as políticas públicas (ainda que com episódios pitorescos como o da recente exclusão da esmagadora maioria dos fornecedores de painéis solares dos apoios governamentais) e a União Europeia, através dos fundos comunitários, têm criado vários incentivos ao sector, quer do lado da oferta, quer do lado da procura.
Não menos importantes são iniciativas como a que está a ser desenvolvida pela Câmara Municipal de Óbidos: a Óbidos Solar.
Este projecto, com um investimento estimado em 37 milhões de euros, tem como meta a instalação de painéis fotovoltaicos e solares térmicos para acesso à microgeração em 1.500 fogos no Concelho de Óbidos, assumindo o Município o apoio aos cidadãos na adopção de soluções que visem a sustentabilidade e, consequentemente, lhes proporcione uma redução da sua factura energética, pelo uso de energias renováveis na produção de energia eléctrica e Águas Quentes Sanitárias.
O futuro passa por ali.
A partir de uma certa altura, porém, a criação de uma certa consciência ambiental nas sociedades mais desenvolvidas, intimamente relacionada com as ideias da “preservação da espécie”, do “esgotamento dos recursos naturais” ou da degradação das condições de vida no Planeta, introduziu um novo paradigma.
Nesse contexto, o mercado tendeu a recompensar as empresas e produtos tidos por “amigos do ambiente”, assim os mesmo conseguissem transmitir aos consumidores essa percepção quanto às características dos seus produtos (e, em particular, à sua possível reutilização ou reciclagem pós-uso), aos seus processos de fabrico ou, de forma mais lata, à sua responsabilidade social nesta matéria.
Para lá da introdução desse factor na escala global de preferências de consumo, tal sentimento levou à criação de nichos específicos dentro dos diferentes sectores de actividade, especialmente orientados para esta componente ecológica.
Naturalmente, a progressiva assimilação destes princípios e a constatação crescente de que os alertas que foram sendo formulados não se cingiam a visões exageradas e catastrofistas, levaram os próprios Estados a integrar estes valores nos normativos nacionais e internacionais, a criar estímulos para as boas práticas e a punir, quando não a criminalizar, o comportamento dos infractores.
Uma boa ilustração deste fenómeno é a adopção generalizada do princípio do “poluidor-pagador”, bem expressa em diversos Protocolos Internacionais que incidem sobre a esfera ambiental – com especial relevo para Quioto -, e a assimilação pelo mercado das implicações económicas destas decisões, como bem atesta a criação do Mercado de Direitos de Emissão de Gases com Efeito de Estufa.
De há algum tempo para cá, porém, e com óbvias raízes nestas alterações da forma de pensar e agir dos Governos e dos diferentes agentes económicos, o Ambiente transformou-se ele próprio num importante sector de actividade económica, com a emergência de empresas de diversos tipos, que hoje assumem um protagonismo crescente.
Das meras consultoras na esfera ambiental às empresas que apoiam os processos de certificação de terceiros, das empresas com produtos “amigos do ambiente” ou que desenvolveram tecnologias menos poluentes até ao sector cada vez mais importante das energias renováveis, o Ambiente está mesmo na moda.
Mesmo se atentarmos aos grandes grupos económicos dos sectores tradicionais, não há hoje quem não queira ter a sua “perninha” no sector, ora como mero investimento sinalizador de um espírito moderno e inovador, ora com real empenho na conquista do enorme mercado potencial existente.
Voltando à questão das energias renováveis, o Primeiro-Ministro tinha razão quando sugeria há cerca de um mês, na visita que efectuou à Central Fotovoltaica de Amareleja, a maior do mundo e que está localizada no concelho alentejano de Moura, que “o sector da energia em Portugal é um dos sectores mais dinâmicos e mais vibrantes”.
Quando, na mesma ocasião, lembrou também que este “é, talvez, o sector que mais emprego criou”, talvez tivesse sobretudo em conta a “destruição” de empregos que se tem verificado nos outros sectores, mas tal não diminui os méritos de quem aposta efectivamente neste sector florescente.
Aliás, refira-se que as políticas públicas (ainda que com episódios pitorescos como o da recente exclusão da esmagadora maioria dos fornecedores de painéis solares dos apoios governamentais) e a União Europeia, através dos fundos comunitários, têm criado vários incentivos ao sector, quer do lado da oferta, quer do lado da procura.
Não menos importantes são iniciativas como a que está a ser desenvolvida pela Câmara Municipal de Óbidos: a Óbidos Solar.
Este projecto, com um investimento estimado em 37 milhões de euros, tem como meta a instalação de painéis fotovoltaicos e solares térmicos para acesso à microgeração em 1.500 fogos no Concelho de Óbidos, assumindo o Município o apoio aos cidadãos na adopção de soluções que visem a sustentabilidade e, consequentemente, lhes proporcione uma redução da sua factura energética, pelo uso de energias renováveis na produção de energia eléctrica e Águas Quentes Sanitárias.
O futuro passa por ali.
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