Formar Empresários
Há já mais de uma década, a questão da qualificação dos empresários nacionais tem sido trazida para o debate público como um dos entraves estruturais a um superior desempenho da nossa economia.
Neste particular, cumpre ultrapassar uma primeira ambiguidade da questão, que se prende com a confusão de papéis entre os empresários (reais detentores do capital) e os gestores das empresas propriamente ditos.
No nosso país e, em especial, na franja dominante do tecido empresarial – as micro, pequenas e médias empresas – existe uma enorme coincidência destes papéis, o que é ainda agravado pela base familiar que suporta muitas dessas empresas.
Para quem conhece minimamente a realidade no terreno, é fácil perceber que além das lacunas incontornáveis que se podem detectar na baixa capacidade empreendedora e na diminuta cultura empresarial, o que verdadeiramente penaliza a actividade económica e a sustentabilidade das empresas é a falta de competências ao nível da gestão, sejam elas de natureza técnica ou no plano do relacionamento inter-pessoal.
Não há, em tal juízo, qualquer tipo de presunção intelectual. E, bem pelo contrário, há o reconhecimento expresso por aqueles que são capazes de alicerçar projectos de sucesso numa total dedicação às suas empresas, num sentido de negócio e de detecção de oportunidades extremamente apurado, no desenvolvimento de práticas informais de gestão que não poupam no rigor e que contribuem para a afirmação da competitividade e a garantia de rendibilidade desses projectos.
Todavia, é igualmente comum constatar que a generalidade dessas empresas, mesmo algumas que já possuem um número de trabalhadores e volumes de facturação consideráveis, utilizam ainda procedimentos incipientes ao nível do planeamento, orçamentação e controlo de gestão, revelando um estranho desconhecimento sustentado sobre aspectos decisivos para os seus negócios.
Em muitos casos, há igualmente uma falta de estudo abrangente sobre o enquadramento competitivo do seu sector ou produtos (ao nível dos anseios dos clientes, da dimensão do mercado, da actuação da concorrência e de diferentes dinâmicas que podem condicionar a sua viabilidade futura) e, o que é igualmente pernicioso, uma ausência de sentido estratégico na actuação da empresa.
Tantas e tantas vezes, o empresário/gestor e, por arrastamento, a própria organização desconhece ou não possui de forma explícita uma missão, uma visão, um conjunto de valores, um posicionamento e objectivos estratégicos a prosseguir num horizonte de curto e médio prazo (já que, cada vez mais, no longo prazo “estaremos mesmo todos mortos”).
E, como diz a razão popular, “não havendo ventos favoráveis para quem não sabe para onde vai”, não existindo planos de acções e correspondentes mecanismos de controlo que permitam ir ao encontro do cumprimento das inexistentes metas estratégicas, a gestão das empresas transforma-se numa verdadeira aventura náutica em pleno turbilhão do oceano económico mundial.
É claro que nada disto impede que, mesmo nessas circunstâncias, muitas empresas possam apresentar desempenhos positivos, até porque há mecanismos quase automáticos de defesa sempre que soam as campainhas de alerta de tempestade, normalmente orientados para políticas de contenção generalizada de custos que até se podem revelar contraproducentes (no investimento, no marketing, na formação, nos recursos humanos, …).
As oportunidades de melhoria são, porém, ainda muito significativas. E, reconheça-se também, há predisposição de muitos desses responsáveis empresariais para encetar/aprofundar processos de aprendizagem, ainda que tal abertura se tenda a restringir às intervenções sem custos, a expensas de financiamentos comunitários.
Aqui, se há também aqueles cuja visão e cujas práticas os fazem disputar a “Liga dos Campeões” das dinâmicas empresariais, as autoridades públicas não podem esquecer a esmagadora maioria dos que ainda só lutam “pela manutenção” e que ainda carecem desses estímulos públicos.
Há, todavia, algo que formação alguma pode incutir nesses empresários/gestores e que é tanto ou mais importante para o sucesso das suas empresas: o bom senso.
Neste particular, cumpre ultrapassar uma primeira ambiguidade da questão, que se prende com a confusão de papéis entre os empresários (reais detentores do capital) e os gestores das empresas propriamente ditos.
No nosso país e, em especial, na franja dominante do tecido empresarial – as micro, pequenas e médias empresas – existe uma enorme coincidência destes papéis, o que é ainda agravado pela base familiar que suporta muitas dessas empresas.
Para quem conhece minimamente a realidade no terreno, é fácil perceber que além das lacunas incontornáveis que se podem detectar na baixa capacidade empreendedora e na diminuta cultura empresarial, o que verdadeiramente penaliza a actividade económica e a sustentabilidade das empresas é a falta de competências ao nível da gestão, sejam elas de natureza técnica ou no plano do relacionamento inter-pessoal.
Não há, em tal juízo, qualquer tipo de presunção intelectual. E, bem pelo contrário, há o reconhecimento expresso por aqueles que são capazes de alicerçar projectos de sucesso numa total dedicação às suas empresas, num sentido de negócio e de detecção de oportunidades extremamente apurado, no desenvolvimento de práticas informais de gestão que não poupam no rigor e que contribuem para a afirmação da competitividade e a garantia de rendibilidade desses projectos.
Todavia, é igualmente comum constatar que a generalidade dessas empresas, mesmo algumas que já possuem um número de trabalhadores e volumes de facturação consideráveis, utilizam ainda procedimentos incipientes ao nível do planeamento, orçamentação e controlo de gestão, revelando um estranho desconhecimento sustentado sobre aspectos decisivos para os seus negócios.
Em muitos casos, há igualmente uma falta de estudo abrangente sobre o enquadramento competitivo do seu sector ou produtos (ao nível dos anseios dos clientes, da dimensão do mercado, da actuação da concorrência e de diferentes dinâmicas que podem condicionar a sua viabilidade futura) e, o que é igualmente pernicioso, uma ausência de sentido estratégico na actuação da empresa.
Tantas e tantas vezes, o empresário/gestor e, por arrastamento, a própria organização desconhece ou não possui de forma explícita uma missão, uma visão, um conjunto de valores, um posicionamento e objectivos estratégicos a prosseguir num horizonte de curto e médio prazo (já que, cada vez mais, no longo prazo “estaremos mesmo todos mortos”).
E, como diz a razão popular, “não havendo ventos favoráveis para quem não sabe para onde vai”, não existindo planos de acções e correspondentes mecanismos de controlo que permitam ir ao encontro do cumprimento das inexistentes metas estratégicas, a gestão das empresas transforma-se numa verdadeira aventura náutica em pleno turbilhão do oceano económico mundial.
É claro que nada disto impede que, mesmo nessas circunstâncias, muitas empresas possam apresentar desempenhos positivos, até porque há mecanismos quase automáticos de defesa sempre que soam as campainhas de alerta de tempestade, normalmente orientados para políticas de contenção generalizada de custos que até se podem revelar contraproducentes (no investimento, no marketing, na formação, nos recursos humanos, …).
As oportunidades de melhoria são, porém, ainda muito significativas. E, reconheça-se também, há predisposição de muitos desses responsáveis empresariais para encetar/aprofundar processos de aprendizagem, ainda que tal abertura se tenda a restringir às intervenções sem custos, a expensas de financiamentos comunitários.
Aqui, se há também aqueles cuja visão e cujas práticas os fazem disputar a “Liga dos Campeões” das dinâmicas empresariais, as autoridades públicas não podem esquecer a esmagadora maioria dos que ainda só lutam “pela manutenção” e que ainda carecem desses estímulos públicos.
Há, todavia, algo que formação alguma pode incutir nesses empresários/gestores e que é tanto ou mais importante para o sucesso das suas empresas: o bom senso.
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