Conto de Natal
(Imagem retirada daqui)
Era uma vez uma cidade que era conhecida como a “Capital do Comércio”.
Progressivamente, porém, à medida que alguns se apaixonaram pela novidade e imponência das grandes superfícies comerciais - que viam como a solução mais fácil e imediata para os graves problemas de desemprego que emergiram no conjunto da sociedade local -, as suas mais-valias tradicionais começaram a degradar-se e a perder atractividade.
Daí que fossem muitas as vozes dos mais diversos quadrantes a clamar por um conjunto de iniciativas que contribuíssem para a revalorização dos espaços comerciais inseridos no centro da cidade, muito particularmente na sua zona do Centro Histórico, quer como elemento de revitalização económica e apoio ao emprego, quer como instrumento de promoção turística, quer ainda como parte fulcral de uma premente estratégia de renovação urbana.
Entre estas, poder-se-iam destacar: a promoção de iniciativas de animação sócio-cultural dos espaços; o desenvolvimento de medidas que estimulassem a fixação de “lojas-âncora” em alguns dos edifícios nobres existentes e hoje subaproveitados; a adopção de uma lógica mais cooperante entre os proprietários e lojistas (como se de uma verdadeira gestão de condomínio se tratasse); até à intervenção na melhoria das condições físicas de acolhimento de visitantes ou turistas e consumidores.
Neste domínio, o sonho de muitos era ver chegar o dia em que toda a Rua do Souto (a principal artéria comercial dessa zona da cidade) e suas zonas contíguas, pudessem ser revestidas de uma cobertura translúcida, erigida em material consentâneo com as condições de segurança exigíveis, até face ao avançado estado de degradação de muitos dos edifícios aí implantados.
Mais do que um mero “centro comercial ao ar livre”, impunha-se que a dita “Capital do Comércio” possuísse um ícone, umas galerias ao nível do melhor que existe no mundo, como se nessa bimilenar cidade fosse possível desfrutar do travo das milanesas Vittorio Emanuele II, das Saint-Hubert de Bruxelas e de outros espaços afins um pouco por todo o mundo.
Ora, desde o ano passado, os habitantes dessa cidade podem viver uma simpática ilusão Natalícia. No âmbito da instalação das iluminações públicas alusivas a esta quadra festiva, uma longa abóbada cintilante cobre estas artérias, ao longo de algumas centenas de metros, como que querendo devolver a luz da vida a esse espaço nobre do centro, tradicionalmente deserto após o encerramento dos estabelecimentos comerciais.
Por entre o tradicional fervilhar de gentes e emoções que se vivencia nesta época do ano, das gargalhadas dos miúdos e dos cumprimentos e reencontros que o ímpeto oferente sempre acaba por propiciar, fica latente a secreta esperança de que, desta feita, a diáfana cobertura não se vá junto com o papel de embrulho e os pinheiros enjeitados a cada novo princípio de Janeiro.
E que, assim, a Capital do Comércio possa voltar a ganhar o seu fulgor e a afirmar-se como destino incontornável de visitantes de todos os pontos do norte da Península.
Porque, também aqui, Natal pode ser sempre que um Presidente da Câmara quiser…
Progressivamente, porém, à medida que alguns se apaixonaram pela novidade e imponência das grandes superfícies comerciais - que viam como a solução mais fácil e imediata para os graves problemas de desemprego que emergiram no conjunto da sociedade local -, as suas mais-valias tradicionais começaram a degradar-se e a perder atractividade.
Daí que fossem muitas as vozes dos mais diversos quadrantes a clamar por um conjunto de iniciativas que contribuíssem para a revalorização dos espaços comerciais inseridos no centro da cidade, muito particularmente na sua zona do Centro Histórico, quer como elemento de revitalização económica e apoio ao emprego, quer como instrumento de promoção turística, quer ainda como parte fulcral de uma premente estratégia de renovação urbana.
Entre estas, poder-se-iam destacar: a promoção de iniciativas de animação sócio-cultural dos espaços; o desenvolvimento de medidas que estimulassem a fixação de “lojas-âncora” em alguns dos edifícios nobres existentes e hoje subaproveitados; a adopção de uma lógica mais cooperante entre os proprietários e lojistas (como se de uma verdadeira gestão de condomínio se tratasse); até à intervenção na melhoria das condições físicas de acolhimento de visitantes ou turistas e consumidores.
Neste domínio, o sonho de muitos era ver chegar o dia em que toda a Rua do Souto (a principal artéria comercial dessa zona da cidade) e suas zonas contíguas, pudessem ser revestidas de uma cobertura translúcida, erigida em material consentâneo com as condições de segurança exigíveis, até face ao avançado estado de degradação de muitos dos edifícios aí implantados.
Mais do que um mero “centro comercial ao ar livre”, impunha-se que a dita “Capital do Comércio” possuísse um ícone, umas galerias ao nível do melhor que existe no mundo, como se nessa bimilenar cidade fosse possível desfrutar do travo das milanesas Vittorio Emanuele II, das Saint-Hubert de Bruxelas e de outros espaços afins um pouco por todo o mundo.
Ora, desde o ano passado, os habitantes dessa cidade podem viver uma simpática ilusão Natalícia. No âmbito da instalação das iluminações públicas alusivas a esta quadra festiva, uma longa abóbada cintilante cobre estas artérias, ao longo de algumas centenas de metros, como que querendo devolver a luz da vida a esse espaço nobre do centro, tradicionalmente deserto após o encerramento dos estabelecimentos comerciais.
Por entre o tradicional fervilhar de gentes e emoções que se vivencia nesta época do ano, das gargalhadas dos miúdos e dos cumprimentos e reencontros que o ímpeto oferente sempre acaba por propiciar, fica latente a secreta esperança de que, desta feita, a diáfana cobertura não se vá junto com o papel de embrulho e os pinheiros enjeitados a cada novo princípio de Janeiro.
E que, assim, a Capital do Comércio possa voltar a ganhar o seu fulgor e a afirmar-se como destino incontornável de visitantes de todos os pontos do norte da Península.
Porque, também aqui, Natal pode ser sempre que um Presidente da Câmara quiser…
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