Size matters?
1. Por mais que nos pareçam bem mais interessantes as mega-operações de aquisição entre os grandes grupos económicos nacionais, a verdade é que a realidade do tecido empresarial português não se confunde com a Portugal Telecom, a EDP, o Millennium, a Sonae e outras blue-chips que o mercado de capitais deu a conhecer ao comum dos cidadãos.
Como mais uma vez veio demonstrar um estudo do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), partindo de dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as Pequenas e Médias Empresas portuguesas (PME) são responsáveis por metade do volume de negócios em Portugal e por mais de três quartos do emprego privado ou dois terços do emprego total.
No total, serão mais de duzentas e noventa mil as micro, pequenas e médias sociedades que asseguram cerca de 2 milhões de empregos e 163,5 mil milhões de euros de facturação.
Em termos sectoriais, e como seria previsível, o estudo do IAPMEI identifica uma estrutura predominantemente assente no sector terciário, com a esmagadora maioria das empresas ligadas ao Comércio e aos Serviços, mas também com pesos relevantes nos sectores da construção e da indústria transformadora.
Em função destes dados, compreende-se que sejam as PME o verdadeiro motor da economia nacional, como, se quisermos ser mais rigorosos, de uma qualquer outra economia, pelo que se exige um esforço contínuo de apoio ao desenvolvimento da sua actividade por parte das diversas entidades públicas.
Os objectivos de criação de emprego e fomento da actividade económica, o culto de um espírito empreendedor, os estímulos à inovação e à diferenciação, uma sustentada estratégia de internacionalização de uma economia têm sempre que ter como alicerces um conjunto de iniciativas especialmente orientadas para este segmento do tecido empresarial.
Neste sentido, as políticas públicas devem assumir-se como catalisadores da competitividade destas empresas, colaborando na superação dos principais bloqueios ao seu desenvolvimento: a falta de recursos humanos qualificados, a dificuldade de acesso a fontes de financiamento adequadas, a inexistência de redes de cooperação e disseminação do conhecimento propícias à inovação, os inúmeros obstáculos que advêm do funcionamento burocrático da própria administração pública ou as ineficiências do sistema judicial e judiciário.
A nível nacional, tudo se complica ainda mais se lembrarmos as opções de política fiscal pouco amigas das PME – ao invés do que sucede na generalidade dos países mais desenvolvidos, a começar pela vizinha Espanha – ou o custo associado a alguns bens da responsabilidade directa ou indirecta do Estado, como a energia e as comunicações.
2. Ainda neste âmbito, há necessariamente que invocar a premência das PME disporem de infra-estruturas de apoio adequadas, numa base de proximidade, abrangendo as áreas da incubação de empresas, da formação e outros mecanismos de estímulo ao desenvolvimento da actividade empresarial.
Estas infra-estruturas devem resultar de parcerias entre as suas estruturas representativas e os diversos organismos públicos que actuam nos domínios do fomento à actividade económica e do desenvolvimento local.
A este propósito, não deixa de ser curioso que no dia em que se noticiava o lançamento da primeira pedra do Centro de Incubação de Empresas de Base Tecnológica (CIEBT) em Vila Verde, o jornal Expresso desse ampla cobertura ao projecto do Centro de Dinamização Empresarial (CDE) deste Concelho.
No primeiro caso, trata-se de uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Vila Verde, da Associação Industrial do Minho, da Universidade do Minho, da Associação Comercial de Braga, da Expoente, S.A. e do IDITE-Minho, todos agregados sob a capa do Instituto Empresarial do Minho. No segundo, estamos perante um equipamento promovido pela Associação Comercial de Braga, destinando-se a prestar apoio à comunidade empresarial de toda a Região.
Também em Vila Verde e na mesma freguesia de Soutelo em que estão a ser construídas estas infra-estruturas está já sedeada a ADERE-Minho, uma Associação de Desenvolvimento Regional que tem desenvolvido um notável trabalho na preservação e estímulo das iniciativas económicas tradicionais, mormente, ligadas ao artesanato.
Quer o CIEBT, quer o CDE ficarão instalados num Parque de Inovação e Desenvolvimento com 100 hectares, que será promovido por iniciativa directa das vizinhas Autarquias de Vila Verde e Amares.
Também por aqui se vê, pois, que o tamanho não importa: estes dois Concelhos têm em conjunto uma população que não chega a metade da vizinha capital de Distrito, sendo que a dita Freguesia de Soutelo confina mesmo com os limites do Concelho de Braga.
Acontece, porém, com as vantagens que saltam à vista para estas Autarquias mais dinâmicas, ali ao lado não se compram eventos… nem investimentos!
Como mais uma vez veio demonstrar um estudo do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), partindo de dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as Pequenas e Médias Empresas portuguesas (PME) são responsáveis por metade do volume de negócios em Portugal e por mais de três quartos do emprego privado ou dois terços do emprego total.
No total, serão mais de duzentas e noventa mil as micro, pequenas e médias sociedades que asseguram cerca de 2 milhões de empregos e 163,5 mil milhões de euros de facturação.
Em termos sectoriais, e como seria previsível, o estudo do IAPMEI identifica uma estrutura predominantemente assente no sector terciário, com a esmagadora maioria das empresas ligadas ao Comércio e aos Serviços, mas também com pesos relevantes nos sectores da construção e da indústria transformadora.
Em função destes dados, compreende-se que sejam as PME o verdadeiro motor da economia nacional, como, se quisermos ser mais rigorosos, de uma qualquer outra economia, pelo que se exige um esforço contínuo de apoio ao desenvolvimento da sua actividade por parte das diversas entidades públicas.
Os objectivos de criação de emprego e fomento da actividade económica, o culto de um espírito empreendedor, os estímulos à inovação e à diferenciação, uma sustentada estratégia de internacionalização de uma economia têm sempre que ter como alicerces um conjunto de iniciativas especialmente orientadas para este segmento do tecido empresarial.
Neste sentido, as políticas públicas devem assumir-se como catalisadores da competitividade destas empresas, colaborando na superação dos principais bloqueios ao seu desenvolvimento: a falta de recursos humanos qualificados, a dificuldade de acesso a fontes de financiamento adequadas, a inexistência de redes de cooperação e disseminação do conhecimento propícias à inovação, os inúmeros obstáculos que advêm do funcionamento burocrático da própria administração pública ou as ineficiências do sistema judicial e judiciário.
A nível nacional, tudo se complica ainda mais se lembrarmos as opções de política fiscal pouco amigas das PME – ao invés do que sucede na generalidade dos países mais desenvolvidos, a começar pela vizinha Espanha – ou o custo associado a alguns bens da responsabilidade directa ou indirecta do Estado, como a energia e as comunicações.
2. Ainda neste âmbito, há necessariamente que invocar a premência das PME disporem de infra-estruturas de apoio adequadas, numa base de proximidade, abrangendo as áreas da incubação de empresas, da formação e outros mecanismos de estímulo ao desenvolvimento da actividade empresarial.
Estas infra-estruturas devem resultar de parcerias entre as suas estruturas representativas e os diversos organismos públicos que actuam nos domínios do fomento à actividade económica e do desenvolvimento local.
A este propósito, não deixa de ser curioso que no dia em que se noticiava o lançamento da primeira pedra do Centro de Incubação de Empresas de Base Tecnológica (CIEBT) em Vila Verde, o jornal Expresso desse ampla cobertura ao projecto do Centro de Dinamização Empresarial (CDE) deste Concelho.
No primeiro caso, trata-se de uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Vila Verde, da Associação Industrial do Minho, da Universidade do Minho, da Associação Comercial de Braga, da Expoente, S.A. e do IDITE-Minho, todos agregados sob a capa do Instituto Empresarial do Minho. No segundo, estamos perante um equipamento promovido pela Associação Comercial de Braga, destinando-se a prestar apoio à comunidade empresarial de toda a Região.
Também em Vila Verde e na mesma freguesia de Soutelo em que estão a ser construídas estas infra-estruturas está já sedeada a ADERE-Minho, uma Associação de Desenvolvimento Regional que tem desenvolvido um notável trabalho na preservação e estímulo das iniciativas económicas tradicionais, mormente, ligadas ao artesanato.
Quer o CIEBT, quer o CDE ficarão instalados num Parque de Inovação e Desenvolvimento com 100 hectares, que será promovido por iniciativa directa das vizinhas Autarquias de Vila Verde e Amares.
Também por aqui se vê, pois, que o tamanho não importa: estes dois Concelhos têm em conjunto uma população que não chega a metade da vizinha capital de Distrito, sendo que a dita Freguesia de Soutelo confina mesmo com os limites do Concelho de Braga.
Acontece, porém, com as vantagens que saltam à vista para estas Autarquias mais dinâmicas, ali ao lado não se compram eventos… nem investimentos!
2 comentários:
É pena não ser dado mais visibilidade mediática às PME, pois poderia ser um início para uma maior atenção por parte dos vários governos.
Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu
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